segunda-feira, 24 de julho de 2017

Ousadia para criar o futuro

       Sobra disposição na classe trabalhadora. Falta autonomia. Falta ousadia. O ascenso que presenciamos desde março parece ter sido abruptamente interrompido. E por quê? Simplesmente pelo fato de que os trabalhadores brasileiros ainda não se descolaram das lideranças e estas, em sua maioria, ainda não superaram o programa de conciliação de classes, que canaliza para a via eleitoral as esperanças de melhorias para a classe.
      Há muito que a revolução é apenas retórica para esses grupos. É preciso fomentar nos trabalhadores brasileiros uma autonomia e ousadia que rompa com essa política que roubas as esperanças e os coloque no caminho da revolução. Apenas dessa forma se combate não só o capitalismo e seus agentes, como também a burocratização dos organismos dos trabalhadores.
      Enquanto isso, avança uma onda conservadora que assusta. Assusta porque se assume preconceituosa, militarista e, pasmem, muito liberal quando se fala em cortar os direitos dos trabalhadores. Um discurso de força, que seduz muitos trabalhadores, que oprimidos pela violência, que os impede de desfrutar o descanso e os parcos bens que a escravidão ao Capital lhe proporciona, acabam por identificar um falso inimigo, que são as massas marginalizadas e colocadas fora do mercado pelo Sistema, que só pode reproduzir-se com o aumento da desigualdade e opondo trabalhador a trabalhador.
      Neste momento sobram conflitos entre nós, enquanto há paz entre os senhores! Absurdo! Mas é preciso dizer em alto e bom som! Não basta trocar um presidente, ou substituir este programa por outro mais palatável! É preciso construir uma alternativa para os trabalhadores! Para isso se coloca na ordem do dia a questão de organizar a juventude e a classe trabalhadora, apontar-lhe o caminho e deixar que ela decida por si mesma o rumo que seguirá para construir uma sociedade livre de todas a miséria e opressão e que seja marcada pela igualdade entre todos os que trabalham, entre todos os excluídos, enfim entre todos aqueles que não tem lugar no Capitalismo, a não ser sob os pés da burguesia!