Auditório Beata Maria de Araújo |
Esta semana fomos surpreendidos positivamente pela divulgação dos nomes dos auditórios da UFCA. Fruto de um processo democrático, tanto na proposição dos
nomes, quanto na escolha dos mesmos por meio de Consulta Pública, a escolha do
nome de duas mulheres fortes, figuras marcantes da história do Cariri. O
miniauditório, na sala 89 no bloco E recebeu o nome de Bárbara de Alencar, revolucionária,
a primeira presa política brasileira, por sua atuação contra os desmandos e o
absolutismo monárquicos.
A Auditório do Bloco H, ou o Novo auditório, como era mais
conhecido, ou ainda o auditório grande recebeu o nome de Beata Maria do Araújo,
a protagonista do milagre da hóstia, que diferente do Pe. Cícero, foi legada ao
esquecimento, por ser uma mulher negra, pobre, do interior do Nordeste, que
ousou contrariar os interesses das hierarquias religiosas de sua época ao
afirmar sua comunhão com o divino por fora das normas da igreja.
Duas mulheres, duas “transgressoras” da ordem constituída,
homenageadas em uma instituição de Ensino Superior, que precisa desesperadamente,
nesses dias
TEMERosos, ser também transgressora se desejar continuar a realizar
a inclusão social e o desenvolvimento sustentável em um território, como o
semiárido cearense, que durante anos foi legado ao esquecimento pelos
formuladores de políticas públicas.
Auditório Bárbara de Alencar |
Que o nome dessas duas mulheres possa inspirar formas de
resistência a cada camarada participante da comunidade acadêmica, seja
professor, técnico, terceirizado ou estudante.
Bárbara de Alencar, Maria de Araújo, Marielle e outras mulheres
que ousaram não se alinhar, estarão sempre presentes! Continuemos lutando por
mais igualdade, por mais justiça social e por mais educação superior pública gratuita
e de qualidade para o povo trabalhador do Brasil!