terça-feira, 16 de novembro de 2021

Alguns pães e poucos peixinhos

  34 E Jesus, saindo, viu uma grande multidão, e teve compaixão deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor; e começou a ensinar-lhes muitas coisas. 35 E, como o dia fosse já muito adiantado, os seus discípulos se aproximaram dele e lhe disseram: O lugar é deserto, e o dia está já muito adiantado; 36 despede-os, para que vão aos campos e aldeias circunvizinhas e comprem pão para si, porque não têm o que comer. 37 Ele, porém, respondendo, lhes disse: Dai-lhes vós de comer. 

Às vezes a gente lê o evangelho e pensa: que raios andam lendo certos pregadores para estimular o individualismo, o desamor, o apego ao lucro e as falácias neoliberais que veem nas mulheres e homens, não a imagem e semelhança de Deus, mas apenas o outro, o concorrente, aquele a quem se deve vencer? 

Como justificar uma igreja que em vez de ter fome e sede de justiça, fecha aos olhos ao povo que sofre, que tem fome e por isso está aí comendo lixo e ossos, enquanto a igreja festeja sentando na mesa dos que são responsáveis por isso? 

Bem disse o Senhor em Malaquias, quem dera houvesse que lhes fechasse as portas. Se o meu desejo por poder é maior do que o desejo de ajudar o próximo, como posso me dizer servo, e ainda mais servo daquele que lavou aos pés dos simples pescadores e pecadores da Galiléia? 

Jesus disse: dá-lhe vós de comer. Não deu ouvidos aos que disseram que mandasse embora o povo para que comprasse o que comer. Este é o Jesus que eu creio. Que me esforço a seguir. O que alimenta ao seu povo. Não o que o deixa perecer em troca da amizade dos poderosos. O que acolhe os pecadores, não o que odeia os que lhe são diferentes. Mas o que sei eu? Peçamos misericórdia e sejamos imitadores de Cristo. Demos de comer ao povo. Amemos a todas e todos.