sexta-feira, 4 de maio de 2018

Os caminhos que nos trouxeram aqui ou porque todo mundo devia saber um pouco sobre Custo de Oportunidades

Ano passado, quando fui assistir Lalaland nos cinemas, achei que tinha entrado em uma roubada, tipo, estou indo assistir um indicado ao oscar, que deve ser só mais um enorme romance piegas. Fui surpreendido. Desde a monumental abertura, até o final, tão pouco convencional em uma produção norte-americana.
Muitos amigos execravam o filme pelo fato dos protagonistas não terem ficado juntos. Mas, ali, naquilo que eles viam o pecado do filme eu via a sua maior virtude. Ambos realizaram seus sonhos, uma tornou-se a atriz famosa que sempre sonhara, o outro conseguiu abrir o bar pelo qual batalhara a vida toda! Em um mundo em que os sonhos não passam de fantasias, eles realizaram os seus. Mas isso teve um custo. Um custo que, a julgar pelo sorriso de ambos eles julgaram adequado. O custo foi o de perderem um ao outro.
A sequencia que mostra como teria sido a vida de ambos se não tivessem aberto a mão um do outro é um exercício de imaginação criativa que devia ser feito por todos nós! Como seria nossa vida se tivéssemos tomado uma outra atitude? E mais, valeu a pena? A decisão que tomamos e que moldou nossa vida e nos trouxe até aqui foi a mais acertada?
Em administração nos temos um conceito que chamamos de custo de oportunidade. Já ouviu falar? Trocando em miúdos e deixando bem simples, o custo de oportunidade é um benefício perdido por causa de uma determinada escolha. Pra deixar mais claro, vamos com um exemplo simples: você vai ao cinema: em cartaz dezenas de filmes, com posteres atraentes, críticas positivas  e por aí vai. Podes assistir apenas um. Você escolhe assistir, sei lá, uma comédia francesa, porque você quer fugir dos enlatados americanos. Todos os demais filmes que você deixou de ver integram o seu custo de oportunidade. Emoções, sensações, alegria ou tristeza, prazer ou dor, você deixou de ter ao escolher assistir o seu filme.
Como o exemplo acima, assim é tudo o que fazemos na vida. Abrimos mãos de certas coisas por outras a todo instante. O problema é que muitas vezes fazemos isso sem nos dar conta do que estamos perdendo. É impossível que tenhamos tudo o queremos. Não dá pra desfrutar de todas as coisas boas e nem evitar que certas dificuldades nos encontrem. Mas precisamos raciocinar sobre nossas escolhas e minorar as perdas. Não podemos simplesmente nos entregar ao acaso, jogar a moedinha pra cima e torcer pra que ela caia com a face boa voltada pra gente.
Conheci minha esposa em uma noite de Natal. No dia seguinte tivemos nosso primeiro encontro. Um jantar. Dois desconhecidos, sem praticamente nada em comum a não ser uns poucos conhecidos, jantando em um rodízio de massas em uma noite quente de dezembro. Não parecia muito promissor. E o que nos salvou? Passamos a noite falando sobre custo de oportunidades! Ela encantou-se com a ferramenta. E posso dizer que a concepção da mesma é tão interessante que serviu de mote pra muitas conversas depois disso. E posso dizer que, analisando os custo de oportunidades, fizemos, ambos, uma boa escolha.
Mas voltando ao assunto, acredito ser necessário que todos possam conhecer um pouquinho que seja sobre o assunto. Ajuda muito. Nos negócios, nos romances, na vida. Da próxima vez que estiver diante de uma escolha, procure pensar um pouco sobre o que vai perder ao abrir mão de cada opção
que estiver diante de você.


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