quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

Passeio matinal

 Hoje, meu pet me acordou às cinco e meia. Depois de alguma insistência me levou para passear. Seis da manhã. Ninguém na rua. Um ou outro automóvel passando veloz. E eu seguindo um cãozinho pela manhã a fora. 



Esse ritual repete-se todos os dias. Com sol, com chuva. No calor ou no frio. O carinha acorda e nada o faz ficar em casa. Então andamos por aí. Vemos o bairro acordar. As pessoas saindo tímidas de casa, olhando para um lado e outro da rua, para, resignadas, partirem para seus destinos. Alguns saem correndo. Atrasadas talvez. A todos o Ben, meu personal dog trainer, observa atentamente, como a tentar descobrir pra onde vão. 

Passamos pelas padarias, sentindo o cheirinho da próxima fornada de pães, vendo clientes e atendentes se cumprimentando, na mesma rotina, dia após dia. Penso no eterno retorno de Nieztche. Esse sou eu, quando não ponho poesia em tudo, vou colocando pitadas de filosofia. Um puxão do meu amigão me traz à realidade. Atravessamos a avenida para que ele possa “marcar o território”. 

E assim seguimos, de uma amenidade a outra. Pra nós, seres humanos, qual a importância disso? Quase nada. Evitar sujeira pela casa, consequência número um de não ter o passeio matinal. Mas, para o Ben, esse passeio matinal é essencial. Não fazer é quebrar os fluxos diários e isso retira sua segurança. 

Então seguimos. Ele à frente, eu atrás da guia. Às vezes uma ou outra confusão, vem dar cores de comédia a esse espetáculo trivial. Como da vez que tive que pôr o Ben no colo para fugir de um cachorro enorme que o meu pequeno maltipoo resolveu provocar.

Concluímos nosso passeio e voltamos para casa. Ele pula no sofá e quase que instantaneamente volta a dormir. Quanto a mim, chegou a minha vez de executar minha rotina, os rituais diários que a sociedade moderna exige de nós, para nós considerar saudáveis, produtivos e participantes. Mesmo que nenhuma dessas três coisas seja algo além de uma grande farsa…

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