quinta-feira, 4 de maio de 2017

Um outro mundo ainda é possível

       Com o desmonte das ditaduras stalinistas, quiseram nos fazer acreditar que o capitalismo havia vencido. Disseram que o sistema do capital iria expandir-se e consolidar-se no mundo inteiro, sem contestações. Um historiador estadunidense até declarou o fim da história. Uma parte da esquerda jogou fora a tradição de luta, renegou a revolução e imbuída de um pessimismo impressionante embarcou na aventura do pós-modernismo, uma espécie de purgatório de ideias para quem, embora discorde do capitalismo, já não acredita que possamos derrotá-lo. 
      Mas essa lenga lenga toda era só marketing. Um castelo de cartas que não consegue pôr-se de pé. Dos anos 1990 para cá, o que temos visto não é um crescimento exponencial e sem limites do capitalismo, mas sim um sistema cada vez mais engolfado em crises e que para manter-se busca ampliar mais ainda a brutal exploração sobre os trabalhadores. Desregulamentação, diminuição do Estado e outras ladainhas cantadas pela igrejinha dos liberais não são outra coisa além da busca de uma sobrevida ao combalido sistema que até algumas décadas atrás se declarava imbatível e insuperável. 
     A derrocada econômica brutal das primeiras décadas do século XXI, o ataque a direitos trabalhistas, a proletarização das classes médias e a maior pauperização dos trabalhadores em todo mundo mostram a atualidade de um programa que engloba a Revolução como saída não só da crise, mas do próprio sistema capitalista. Não é uma tarefa fácil. Durante anos, as forças que estavam na direção dos movimentos e organismos dos trabalhadores estiveram covardemente capitulando e desmobilizando a classe, contentando-se com concessões esdruxulas. Durante anos colocou-se esperança nos processos eleitorais da democracia burguesa e desmobilizou-se o movimento dos trabalhadores e ensinaram a nossa geração a esperar pelo herói, pelo líder iluminado. Os lutadores foram solenemente ignorados. Uma boa parte dos trabalhadores deixou-se levar por esse discurso e pela euforia dos governos de frente popular e foram para casa. 
    No entanto, com o aprofundamento da crise, mesmo as migalhas que o capital lançara aos trabalhadores nos últimos anos e que permitiram melhoria de vida para uma parte considerável das classes populares precisou ser tomada. Mais do que isso, os empresário brasileiros precisam até mesmo fazer a roda da história girar para trás e voltar a operar o capitalismo brasileiros nas mesmas condições do início do século XX. Voltar 100 anos no tempo e tornar os trabalhadores dos campos e das cidades semi escravos é o sonho da burguesia brasileira. Cabe aos trabalhadores e movimentos sociais dizer não. 
      Desde 2013 temos visto as ruas serem ocupadas. Primeiro pelos movimentos sociais e pela juventude, acompanhados timidamente pelos trabalhadores. Depois a direita foi às ruas, para dar sustentação ao golpe. Agora, consumado o golpe e diante dos contundentes ataques do governo golpista os trabalhadores voltaram às ruas! É um ascenso que culminou na Greve Geral de 28/04 e que não vai parar por aí!
      É preciso que os lutadores continuem a mobilizar-se e a pressionar as direções para avançar no enfrentamento ao governo e a construir uma alternativa dos trabalhadores à crise! Sigamos na luta! É preciso mobilizar os trabalhadores e os excluídos. O caminho já nos foi mostrado há 100 anos, quando foi realizada a primeira revolução socialista a conquistar o poder: a Revolução Russa!
     Os trabalhadores podem e devem tomar em suas mãos o seu destino e construir uma sociedade mais justa e igualitária!

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