sexta-feira, 10 de março de 2017

Lotação

Ônibus lotado. Constante nas cidades brasileiras, tão onipresente nelas, quanto as ruas com esgotos a céu aberto nos bairros pobres. Trabalhadores de várias categorias, estudantes, donas de casa, todos espremidos no veículo. Os que tiveram sorte de conseguir um lugar sentado passam o tempo de diversas formas, uns leem, outros cochilam, há os que ouvem música... e, uma característica dos nossos tempos, tem muitos de olho no celular, facebook, instagran, whatsapp e por aí vai. Nunca antes na história da humanidade estivemos tão conectados! Em minutos, as notícias massificam, as histórias se multiplicam e cada um tem uma opinião a dar um comentário a fazer, ainda que na cômoda segurança das redes sociais.
Mas o ônibus segue em meio ao trânsito congestionado. Em cada ponto mais pessoas se acotovelam para entrar. É outra loucura do nosso tempo: todos devemos chegar ao trabalho, à escola, ao médico, no mesmo horário. Não temos escalas de trabalho diferenciadas para evitar congestionamentos. Temos que cumprir a ditadura do horário comercial, nas repartições públicas, nas escolas, nos hospitais, nos escritórios, nas fábricas e, pasmem, mesmo em empresas de economia criativa, que, perdoem-me, não tem nada de criativas ao fazerem seus profissionais deslocarem-se em meio a um trânsito infernal para baterem um mísero ponto!
Até quando nos forçaremos a permanecer atuando segundo um modelo que, definitivamente, não está funcionando?
 

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