quarta-feira, 6 de junho de 2018

À sombra da moringa: café, conversas e mais

Quem conhece a UFCA, conhece a moringa que fica entre os blocos azul e rosa. Ela fornece uma sombra aprazível entre esses dois blocos praticamente o dia todo. E no Cariri, uma sombra é tesouro em meio ao sol abrasador que todos os dias banha a nossa terra. Pois bem, ali, aquele local, acabou por tornar-se ponto de encontro da comunidade acadêmica. Ali a galera se reúne pra bater papo, fumar um cigarro, desacelerar um pouco.
A moringa acabou por tornar-se um símbolo daquilo que uma universidade deve ser: plural, aberta ao diálogo, local de compartilhamento de saberes e de experiências. Ali sob sua copa, já foram realizadas assembleias de estudantes, aulas e muitos outros eventos.
Chegando no campus de Juazeiro do Norte, vindo do Campus de Icó, o primeiro contato que tive com os novos colegas de trabalho foi embaixo da moringa. Um espaço que aos poucos fui tornando meu, não no sentido de posse, mas no sentido de identificação, de lugar para ficar a vontade para expressar, sejam ideias, sejam descontrações.
Todas as manhãs, a moringa é o point onde nos encontramos para o cafezinho e para conversar... A moringa acabou se tornando para o nosso grupo, nossa versão caririense dos cafés de Paris, onde o café é uma simples desculpa para falar sobre economia, política, cultura e da nossa Universidade Federal do Cariri.
E esta universidade é alvo constante de nossas conversas, pois acreditamos em uma concepção de universidade emancipadora, que não se venda ao mercado e que tenham como objetivos a resolução das demandas sociais da região. Uma concepção que a cada dia se torna mais difícil de realizar, por conta dos ataques constantes à educação pública, com cortes que praticamente reduzem nossas possibilidades de realizar ensino, pesquisa e extensão. Mas seguimos resistindo. Da moringa já saiu projetos de pesquisa, artigos, trabalhos diversos que buscam dialogar com uma visão crítica da educação e que se coloca contra o neoliberalismo e sua lógica perversa.
Somos poucos, mas queremos ser mais. O debate está aberto e a participação de todos é mais do que necessária. Construir uma universidade inclusiva, pública, gratuita e de qualidade, à serviço dos trabalhadores é uma tarefa de proporções gigantescas, mas não nos furtamos ao debate.
Texto dedicado aos camaradas todos que, sob as sombras da moringa, ousam sonhar.

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