Chapéus eram parte indispensável da vestimenta. Hoje não se veem mais tantos por aí. Os tempos, em uma voragem insaciável consomem costumes, modas, palavras, línguas, povos inteiros e mesmo deuses.
Há pouco mais de um século, aqui no Brasil, éramos uma monarquia, tínhamos escravos, a Igreja Católica era a oficial do Estado e as demais toleradas, sendo que as religiões afro eram duramente perseguidas e marginalizadas. Hoje, somos uma república, a escravidão foi substituída pela opressão do proletariado aos ditames dos senhores do Capital, Estado e Igreja se separaram, o que permite que igrejinhas de todos os matizes pululem como ervas daninhas entre os muros de nossas periferias, somos o o maior país em número de espíritas do mundo e, as religiões afro, embora vítimas de preconceito como tudo o que é negro, são reconhecidas como parte da nossa cultura.
Tudo isso mostra o quanto somos passíveis de mudança. Aliás, é até redundante dizer, mas a mudança parece ser a única coisa constante nas vidas dos seres humanos. Talvez por isso tantos a temam. Por isso, muitos queiram impedir que a roda do tempo, em seu girar, despedace o velho dando lugar ao novo.
Mudança exige adaptação. Algo que não é fácil pra ninguém. Adaptar pede sair da zona de conforto, abandonar convicções e refazer até certo ponto suas próprias formas de ver o mundo. Não é fácil. Muitas vezes não é prazeroso. Mas é necessário. Adaptemo-nos, mudemo-nos. Recebamos o novo de braços abertos, pois ele virá, não importa que você não queira ou não goste.
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