quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Um conto de amor millenial ou Han atirou primeiro

Ele era de exatas. Ela fazia história. Se conheceram numa calourada, daquelas que se fazia dentro do Campus do Itaperi, som alto, cerveja quente. Ela estava meio alta (nunca se dera bem com vinho). Ele tinha sido arrastado pelos colegas.
Ela o achou metido. Ele a achou sem graça. O resto do semestre se esbarrando nos corredores. Palavras de praxe sendo repetidas sem sentimento: “Oi”, “como vai”, “bom te ver”.
Um domingo, shopping lotado, da fila do cinema ele a vê. Acha engraçadinho a forma como morde os lábios e procura na fila por alguém conhecido. Acena. Mais uma troca de amenidades e combinam para que ele compre os ingressos. O mesmo filme. Star Wars: O despertar da força. Primeiro ponto em comum. Após o filme, conversaram, formularam teorias, riram um do outro. Ele a achou espirituosa. Ela o achou bacana. A partir daí seguiram o roteiro de todo casal nesses tempos de mídias sociais: amizade no facebook, adiciona no whats’app, horas de conversa no mensenger...
Um belo dia o convite: “Vamos assistir a trilogia clássica”! “Na sua casa ou na minha tanto faz”.
Acabaram por ir pra casa dela. Filmes rolando, pipoca, guaraná, tudo tranquilo ao assistirem o primeiro filme. Foi quando o episódio V estava rolando que aconteceu. Leia olha para Han Solo e diz “I love you”, ao que o perfeito canalha que era o personagem vivido por Harrison Ford responde: ”I Know”. Até hoje eles não sabem, se foi o clima se foi a cena, ou sei lá mais o quê. O fato é que as bocas de ambos se encontraram em um beijo. Carícias, abraços apertados. Ele a achava super. Ela o achava demais. Ambos reconheciam um no outro o amor que achavam ser coisa das histórias que viam no cinema, ou liam nos romances e que agora se mostrava real. No meio dos amasso, a boca dele encontrou a orelha dela e então sussurrou como se lhe dissesse uma verdade sagrada: “Você sabe, o Han atirou primeiro”. Foi a primeira briga.

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