Ele era de exatas. Ela
fazia história. Se conheceram numa calourada, daquelas que se fazia dentro do
Campus do Itaperi, som alto, cerveja quente. Ela estava meio alta (nunca se
dera bem com vinho). Ele tinha sido arrastado pelos colegas.
Ela o achou metido. Ele a
achou sem graça. O resto do semestre se esbarrando nos corredores. Palavras de
praxe sendo repetidas sem sentimento: “Oi”, “como vai”, “bom te ver”.
Um domingo, shopping
lotado, da fila do cinema ele a vê. Acha engraçadinho a forma como morde os
lábios e procura na fila por alguém conhecido. Acena. Mais uma troca de
amenidades e combinam para que ele compre os ingressos. O mesmo filme. Star
Wars: O despertar da força. Primeiro ponto em comum. Após o filme, conversaram,
formularam teorias, riram um do outro. Ele a achou espirituosa. Ela o achou
bacana. A partir daí seguiram o roteiro de todo casal nesses tempos de mídias
sociais: amizade no facebook, adiciona no whats’app, horas de conversa no
mensenger...
Um belo dia o convite: “Vamos
assistir a trilogia clássica”! “Na sua casa ou na minha tanto faz”.
Acabaram por ir pra
casa dela. Filmes rolando, pipoca, guaraná, tudo tranquilo ao assistirem o
primeiro filme. Foi quando o episódio V estava rolando que aconteceu. Leia olha
para Han Solo e diz “I love you”, ao que o perfeito canalha que era o
personagem vivido por Harrison Ford responde: ”I Know”. Até hoje eles não
sabem, se foi o clima se foi a cena, ou sei lá mais o quê. O fato é que as
bocas de ambos se encontraram em um beijo. Carícias, abraços apertados. Ele a achava
super. Ela o achava demais. Ambos reconheciam um no outro o amor que achavam
ser coisa das histórias que viam no cinema, ou liam nos romances e que agora se
mostrava real. No meio dos amasso, a boca dele encontrou a orelha dela e então
sussurrou como se lhe dissesse uma verdade sagrada: “Você sabe, o Han atirou
primeiro”. Foi a primeira briga.
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